quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
UM CONCEITO SUPERIOR DE SAÚDE E DOS MEIOS PRÁTICOS DE CONSERVÁ-LA
“O título melolística, para um leitor potencial que não conhece o significado do grego (“μελος” = música, melodia e canto, “ολος” = metafísica da harmonia), assim como o conteúdo dessa obra de base, pode parecer não evidente.
Como médico, aceitei com entusiasmo fazer a apresentação da obra do Prof. Antonio Meneghetti, que traz ao leitor um conhecimento superior do conceito de saúde e dos meios práticos de conservá-la.
Segundo a Ontopsicologia, dentro da qual se desenvolve a melolística, a saúde não é apenas a ausência de doença, mas, sobretudo, a aplicação de uma higiene de vida. De acordo com essa escola, a noção e o conceito de saúde estão ligados ao transporte da energia, que deve escorrer livremente no organismo em interação com a energia que vem do ambiente material e humano. Segundo esse conceito, o homem é um conjunto psicossomático, ou seja, uma unidade de ação confrontada ao problema colocado pela adaptação ao real.
O movimento, o canto e a dança dirigem-se ao conjunto dos três níveis do homem total, segundo a definição do neurologista Jakson, e não apenas segundo a educação “intelectualista” que, dirigindo-se exclusiva e prioritariamente ao sistema cerebral, arrisca perder a parte mais verdadeira e a mais imediata da percepção do real e da sua relação com o corpo.
No interior do nosso corpo, a energia depende de diversos campos de forças, os chacras, que regulam a dinâmica dos nossos órgãos e de suas funções. A ajuda trazida pela educação ou pela terapia à livre evolução dessa energia determina mais saúde, um aumento da vitalidade do sujeito e, enfim, a criatividade. A ação educativa ou terapêutica da melolística permite uma luta mais eficaz contra o estresse, as neuroses e as manifestações de violência, os desequilíbrios psíquicos que as nossas sociedades enfrentam.
A melolística, utilizando como suporte o som associado ao movimento, ou seja, a dança, atividade comum ao conjunto das culturas, pode ser o instrumento para harmonizar a sua interação.
A aplicação dessa técnica responde a três funções sociais: 1) curar; 2) evidenciar as potencialidades da pessoa em um contexto socializante; 3) permitir a expressão da espontaneidade e da criatividade (atitudes opostas aos estereótipos e à rigidez mental).
O alcance desses três objetivos passa através de uma práxis funcional que se refere aos efeitos biológicos, psicofisiológicos e psicointelectuais.
A melolística pode ser utilizada com as crianças, os adolescentes, os adultos. É voltada tanto às pessoas consideradas ‘normais’, quanto àquelas com dificuldades psíquicas de desenvolvimento e doenças psicossomáticas.
Do ponto de vista intercultural, a abordagem da melolística pode permitir aos ocidentais, como nós, compreender melhor as práticas orientais como o Zen, o Ioga, a medicina chinesa, o Tai Chi, o tiro com o arco, as artes marciais e outras práticas corporais e mentais”.
Texto do Prof. Dr. Jean Le Boulch* publicado como premissa à obra Manual de Melolística e outras técnicas psicocorpóreas do Prof. Antonio Meneghetti.
* Doutor em Medicina, Prof. de Educação Física, Especialista em Psicomotricidade, Especialista em Reabilitação Funcional e em Cinesioterapia, é conselheiro científico da Escola do Movimento Educativo de Florença e Diretor da Escola de Psicomotricidade Funcional da província de Pávia, Itália.
Para maiores informações sobre o tema, indica-se o texto de Antonio Meneghetti A melolística presente no Manual de Ontopsicologia. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2004. pp.397-405
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