quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A ONTOPSICOLOGIA APRESENTA SEUS INSTRUMENTOS E APLICAÇÕES EM PRAGA




A capital da República Tcheca foi o palco do X European Congress of Psychology, realizado de 3 a 6 de julho de 2007, com o tema Mapping of psychological knowledge for society. Tema instigante, visto que, como afirma Antonio Meneghetti “a ciência é um fato substancial e se revela nos seus efeitos durante a história da humanidade. Para todo cientista não foi tão difícil descobrir, quanto foi comunicar a sua descoberta. De fato esta, ao menos se é importante, sempre contradiz o sistema corrente dos conhecimentos do ambiente” (Imagem e Inconsciente, 2003).

A Associação Européia de Ontopsicologia (AEO) esteve presente no congresso com um simpósio sobre Ontopsicologia e dois trabalhos. No Simpósio foi ilustrada a sua metodologia, os campos de intervenção, as aplicações e os instrumentos. Os temas tratados nas duas apresentações individuais foram “o nexo ontológico em psicologia” e “a cinelogia ontopsicológica”.

Durante o evento, os relatores da AEO realizaram valorosos encontros com o Prof. Miloslav Solc, Presidente da Comissão Organizadora e Vice-presidente da União das Associações de Psicologia da República Tcheca; com o Prof. Paul Martin, Presidente do 27º Congresso Internacional de Psicologia Aplicada que acontecerá na Austrália, em 2010 e com a Prof.a Jeanette Milgromm, da Universidade de Melborne. Os dois últimos, que conheceram o Prof. Antonio Meneghetti no Invited Symposium do 28º Congresso Internacional de Psicologia, realizado na China em 2004, renovaram o convite científico para o encontro na Austrália.

Adaptado da reportagem A contribuição da Ontopsicologia na Europa, publicada na revista Nova Ontopsicologia. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., ano XXV, n.1, março 2008. p.124-125.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

SONHO: CHAVE DE COMPREENSÃO PSICOLÓGICA DO SER HUMANO

O sonho é a chave para a real compreensão psicológica do ser humano. É um colocar-se espontâneo no modo do pensamento e das palavras: é o momento preciso em que a natureza – o inconsciente, as emoções, a atividade psíquica – espontaneamente desenha.

Antigamente, o sonho era considerado uma mensagem dos deuses. Fala-se dos sonhos também na vida de tantos santos, profetas e grandes mestres. O primeiro tratado sobre os sonhos, denominado Oneirocritica, foi escrito pelo grego Artemidoro entre os anos 100 e 200 a.C. Porém, a primeira obra que a nossa cultura considera científica é aquela escrita por Freud (A interpretação dos sonhos).

A pesquisa psicológica atual chegou em grande parte a decifrar o sonho, mas não de modo integral. Seria importante instituir a cadeira de Oniromancia na Faculdade de Psicologia para dar maior concretude em relação ao estudo da atividade psíquica do homem.

Entre os vários textos de nível científico superior referentes ao sonho que foram publicados no mundo, destaca-se o livro Manual para a análise dos sonhos de Emil Gutheil. Essa obra explica o sonho no significado artístico, religioso e freudiano, porém também ela não chega a exaurir a interpretação onírica.

“A linguagem dos sonhos, que é a linguagem da vida, sempre foi interpretada segundo a cultura, as religiões, os mitos ou as opiniões acadêmicas ou universitárias. Ninguém jamais experimentou ler como a natureza escreve. Eu encontrei a chave e a confirmação está no fato de que nunca, com toda a minha experiência e com o meu método exclusivo de interpretação, o sonho revelou-se inexato”, afirma o Acad. Prof. Antonio Meneghetti, fundador da ciência ontopsicológica, cuja metodologia inclui a interpretação dos sonhos em seus instrumentos de análise.

Em seu texto Prontuário Imagógico apresenta uma explicação introdutória do modo como é interpretado o sonho e a decodificação de alguns símbolos, aqueles que os tratados não conotaram segundo a sua íntima significância. Os termos não contidos nessa obra são interpretados segundo a corrente científica sobre os sonhos.


Adaptado do texto de Antonio Meneghetti Oniromancia contido no livro Projeto Homem. 2.ed. Florianópolis: edição do autor, 1999. pp.172-188.

Para maiores informações sobre o assunto, indica-se o texto do autor O sonho e o método ontopsicológico de interpretação onírica, publicado na obra Manual de Ontopsicologia. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2004. pp.316-326.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

ACENOS À PSICOTERAPIA ONTOPSICOLÓGICA

A psicoterapia tem enorme importância visto que qualquer aplicação humana – música, medicina, homeopatia, arte, pedagogia, business – é uma modalidade de ação que não possui em si mesma a raiz última. Quando se quer colher a causa, a raiz, a mente primeira e última de qualquer atividade, é necessário recorrer à psicoterapia. Somente compreendendo a raiz, ou a mente, de todos os modos da ação social se tem o real poder do fazer.

Toda a teoria ontopsicológica nasce da prática clínica. A Ontopsicologia é uma ciência que sempre encontrou resultado na reeducação funcional do sujeito à vida, visto que uma teoria é válida somente na medida em que resolve o problema humano.

Quando usada no âmbito da psicoterapia, a metodologia ontopsicológica permite ao terapeuta saber ver, “tocar” dentro do ser humano que possui diante de si, ou seja, permite ter uma familiaridade operativa com toda a interioridade do homem.

Para alcançar tal escopo, a escola ontopsicológica se vale de todo o conhecimento teórico das outras correntes científicas, mas introduz na prática clínica a novidade de método, de pesquisa, de análise do campo semântico. O campo semântico é a comunicação, a informação automática que se estabelece entre dois indivíduos, duas presenças, duas realidades: é o conhecimento primário de um sujeito.

Após ter considerado o estudo do campo semântico, a Ontopsicologia se serviu de outros conhecimentos, de outros instrumentos metodológicos de análise, reavaliando a linguagem inconsciente do corpo e dos sonhos, segundo um código próprio de interpretação. “O sonho é uma radiografia precisa em que se pode ler de modo circunstanciado e exato a situação que o sujeito vive naquele momento”.

Os escopos práticos da Ontopsicologia podem ser sintetizados em dois:

a) alcançar o homem onde ele é posto e por quanto é previsto pela inteligência da vida, pela intencionalidade de natureza;

b) alcançada a autenticidade de natureza, o objetivo seguinte é realizar o homem à criatividade, tornar o homem operador de vida, responsável como artífice de si mesmo.

Trechos adaptados e extraídos do texto Introdução à psicoterapia ontopsicológica, contido no livro de Antonio Meneghetti Nova Fronda Virescit: introdução à psicoterapia ontopsicológica, instrumentos e aplicações. v.2. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2006. pp. 9-54.

sábado, 5 de dezembro de 2009

AS ORIGENS DA PSICOTERAPIA




Originalmente, o termo terapia denotava uma referência de valor de caráter moral. Deriva do verbo θεραπευω e significa:

1) venerar (habitualmente em referência aos deuses e às autoridades),
2) ocupar-se com solicitude em relação aos patrões, aos amigos e aos familiares,
3) cuidar em sentido muito elástico.

O sentido etimológico da ação significa pesquisar, vigiar o dom. Por dom se deve entender o espírito vital, o fluido vital ou campo etérico. A palavra θεραπεια significa obséquio, serviço, cuidado, atenção, solicitude, em relação a Deus, aos genitores, às pessoas queridas.

Neste sentido o termo foi sempre usado por Tucídides, Platão, Fedro, Homero etc. Também o Cristianismo usou esse termo referindo-se ao “cuidado pastoral das almas”.

Apenas posteriormente Hipócrates usurpou esse termo e o adaptou para cura dos doentes em sentido global. O termo de terapia em sentido médico é uma violação ou até mesmo uma apropriação abusiva feita há poucos séculos.

O significado clássico foi conservado pela Igreja Católica no sentido de serviço espiritual ou cura das almas. Neste sentido, terapia significa já de per si um referimento deferente em relação aos valores interiores de um outro. Dizer psicoterapia é confirmar de modo específico uma atitude de pesquisa deferente e de recuperação da sanidade da alma.

Se a psicoterapia contemporânea tivesse que reencontrar os próprios fundadores – à parte Freud – deve buscá-los entre os filósofos moralistas, os padres espirituais ou profetas de toda religião séria. A arte do confessor católico ou do conselheiro espiritual protestante é a mais conexa com a psicoterapia contemporânea: a diferença fundamental entre as duas artes é que a religião indaga e verifica se o homem é conforme ao modelo transcendente de uma lei definida divina; a segunda indaga qual deve ser a estrutura autônoma e essencial (=lei de per si segundo o ser que é) e coordena a sua decisionalidade comportamental após lhe ter recuperado a funcionalidade integral.

A ciência psicoterápica define-se intrinsecamente por objeto e método próprios e distingue-se em absoluto de qualquer colateralidade com as outras ciências que, por cultura, parecem semelhantes. Objeto específico é a intencionalidade psíquica do indivíduo, através de todas as modalidades da sua fenomenologia existencial.

Trechos extraídos do texto de Antonio Meneghetti Che cos’è la psicoterapia? contido na obra Psicoterapia e Società. Roma: Psicologica Ed., 1989. p 8-13.

Para maiores informações sobre a psicoterapia segundo a ótica ontopsicológica, indica-se o texto de Antonio Meneghetti O modelo psicoterapêutico ontopsicológico publicado no Manual de Ontopsicologia. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2004. pp.299-354.