terça-feira, 30 de março de 2010

O cinema é um "sonho coletivo", um espelho da vida

Cinelogia é o movimento da imagem que plasma o sujeito. É um instrumento de intervenção da ciência ontopsicológica que analisa o comportamento, as lógicas e as dinâmicas emotivas que se ativam diante da projeção de um filme.

O cinema é arte, imagem, fotografia, design, emoção, pedagogia, esquizofrenia, fantasia, sonho. Cinema é sobretudo o inconsciente, ou seja, a produção daquele grande mundo psíquico que foge ao controle racional do homem.

Quando um diretor é bom, é um preciso expositor do inconsciente coletivo; daquele mundo que não está sob o controle racional do sujeito. Um filme qualificado para a cinelogia é aquele que melhor expõe essa tremenda realidade humana com arte, emoção, fantasia.

O cinema é um fenômeno universal, coletivo, de massa. Sucessor contemporâneo das grandes tragédias gregas, gera fascínio e agrada principalmente aos jovens. É um “sonho coletivo”, um espelho da vida. Um grande filme tem sempre a presença do Em Si ôntico, passagens de campos semânticos e também a marca do monitor de deflexão.

Durante o processo de cinelogia, é importante colher o que nos “pegou”, pois tudo aquilo que toca, apaixona, produz emoção, (ou seja, ação em mim), quer dizer que identifica algum aspecto de si mesmo.

Não se trata de analisar o filme em si, mas sim o vivido por cada espectador a partir da projeção da película. Quando nós assistimos a um filme, somos nós que, ao vê-lo, identificamos nossas emoções àquela passagem cinética de imagens, mas a imagem que está na tela tem absoluta indiferença para com os espectadores. Cada indivíduo, pela estrutura psíquica única que tem, assiste a um filme (atribui uma interpretação), e é esse que deve ser analisado.

Um indivíduo pode entender tantos aspectos de si mesmo, de sua personalidade, de seu comportamento a partir de uma inteligente e bem conduzida Cinelogia. É importante perguntar-se qual o valor, qual o resultado que aquela emoção traz a quem a vive, pois a própria história individual de cada sujeito é determinada exatamente como ele mesmo pensa e escolhe.


Para aprofundamentos sobre o argumento, indica-se o livro de Antonio Meneghetti Cinelogia ontopsicologica. 6.ed. Roma: Psicologica Ed., 2007. e Manual de Ontopsicologia. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2004. pp.377-385.